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Festas de Sanguinhedo
Por Luis F. Maia (Leitor do Jornal), em 2013/07/24529 leram | 0 comentários | 93 gostam
As Festas de Sanguinhedo são originais pela sua monumental cascata construída no leito do rio Sanguinedo. Misturando harmoniosamente a imaginação popular com a capacidade de dar vida a bonecos de madeira.
No lugar da Ponte Velha, em Santo Tirso, decorrem no próximo fim-de-semana - dias 26, 27 e 28 de Julho - as Festas do Sanguinhedo organizadas pela “Associação Amigos do Sanguinhedo”.
Esta instituição sem fins lucrativos, para além da organização das festividades (pelo 22º ano consecutivo), procedeu à recuperação dos célebres moinhos do Sanguinhedo e continua a preservar, pela limpeza, as margens do rio com o mesmo nome. A sede da AAS está, inclusive, instalada num antigo lagar de azeite que pertencia a uma antiga casa de lavoura.
Estas festividades que continuam a contar anualmente com o apoio da Câmara Municipal de Santo Tirso devem o seu nome ao rio Sanguinhedo e não têm qualquer cariz religioso. As festas pretendem dar continuidade à tradição de juntar em lazer, cantando e dançando, nas margens do rio, as gentes que vivem nesta encosta solarenga de Santo Tirso.
As Festas do Sanguinhedo, sempre concorridas, devem muito da sua originalidade a dois motivos principais.
A Cascata - Construída sobre o leito do próprio rio, a Cascata do Sanguinhedo já está patente ao público desde o passado dia 20 de Julho e ocupa uma área superior a 100 metros quadrados. Está coberta de musgo e é movimentada a água e energia elétrica. Misturando harmoniosamente imaginação popular com a capacidade de dar vida a bonecos de madeira, podem ver-se representadas no local, cenas da vida rural ou de ofícios em vias de extinção.
De entre as várias figurações apresentadas, salientamos o Mosteiro Beneditino (que engloba a Igreja Matriz e o museu Abade Pedrosa), a antiga estação dos caminhos de ferro, o funeral do “Alferes de Gião”, figura mítica e lendária que as gentes do lugar apelidaram de “espada-a-rasto”, entre muitos outros.
 Esta “obra”, plena de gosto popular, foi erigida pelos chamados “cascateiros” que, pacientemente durante o ano, nas horas vagas vão preparando os mecanismos, compondo as peças que, levam no seu interior e normalmente debaixo da estrutura de madeira, o pequeno motor de um limpa pára-brisas que, devido à pouca rotação e voltagem é adquirido para o efeito.
Os “cascateiros” são conhecidos e moram nas proximidades. São minuciosos, engenhosos na forma como desdobram o movimento circular dos motores dos pequenitos bonecos, perfeccionistas, levam por vezes, meses até atingirem o efeito pretendido. São em síntese, além do que foi dito, bairristas, trabalhadores, persistentes e apegados às tradições.
A Iluminação - Porque na década de quarenta do século passado, não havia luz elétrica na zona, os seus habitantes viram-se obrigados a improvisá-la, acendendo nos beirais das casas os pavios de tigelas com gordura.
Em recordação desses tempos, às 22 horas do próximo sábado, dia 27 de Julho, acendem-se ao mesmo tempo milhares de iluminárias, colocadas nas portas e janelas das muitas centenas de casas existentes no local, daí resultando um espetáculo de rara beleza, que atrai milhares de pessoas. Cerca de meia-noite haverá uma grande sessão de fogo-de-artifício.

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